O bom gosto da avó para arranjar empregos

A avô hoje arranjou emprego para o tio Zé, mas arranjou mesmo. Saiu de manhã ao mesmo tempo que eu e disse que ia falar com um senhor que ela conhecia que trabalhava no continente, acho que era chefe de qualquer coisa. O tio Zé só se ria quando a minha avó se estava a arranjar e dizia "achas que te vão atender?" "nem penses que vou trabalhar num sítio arranjado por ti" "eu não arranjei porque ainda não apareceu nada na minha área". Qual área? A única área que ele conhece é a grande área dos estádios de futebol. Bom o que é certo é que quando cheguei a casa a minha avó disse-me que o tio Zé já ia começar amanhã, ela conseguiu. Agora quando for ao continente já vou ver o tio Zé a trabalhar, ele vai organizar os carrinhos de compras no parque para quem é indiferenciado teve muita sorte, e pelo menos deixa de cravar sempre a avó... a crida já não aguentava mais.

O autocarro a rebentar pelas costuras e o carrão de fazer inveja do vizinho

Mais uma viagem até casa de autocarro... e mais uma aventura, desta vez quis armar-me em boazinha-que-ajuda-o -próximo e resolvi dar o meu lugar no autocarro a uma crida com a idade da minha avô. Tava tão cheio que se o motorista abrisse a porta numa curva só ficava a sobrar o puto que se segurava com unhas e dentes na janela, então eu levantei para a crida aproveitar o bem bom mas ela népia, nem se mexia. Com voz de princesa perguntei-lhe se ela não se ia alapar, ao que ela me respondeu que tava á espera que o meu rico assento arrefecesse.... enfim.
Chegada a casa reparei numa cena de vizinhos á moda portuguesa, um vizinho meu comprou um carro novo( um chaveco... mas pronto é melhor que o meu que não tenho), ora os outros cridos vizinhos vieram logo cá fora:" então fulano carro novo? já tava na hora não é?" uns metros depois  os cridos já estavam a falar mal dele... típico do portuga invejoso...

Aparelhos domésticos do século vinte a funcionar em pleno

Hoje vou ao cinema, até nem gosto muito de ir aos domingos mas aqui em casa a tecnologia é toda jurássica. A cozinha não tem tv, até aí nada de anormal ( só um bocado), a tv da sala é cá um cabeção que quase foi preciso fazer um furo na parede para ela caber, e isso já foi há mais de 20 anos( vá lá que é a cores), ainda temos gira-discos com direito a discos de vinil e tudo, temos um video que demora quase o tempo do filme só para rebobinar,  e para meu desgosto está tudo a funcionar ( e já nem falo nos eletrodomésticos , que passam a vida nas reparaçóes e conseguem vir sempre a funcionar também) , computadores é que só há o meu e agora vou ver se finalmente consigo comprar um dvd. Por causa disso e muito mais hoje vou ao cinema e tentar chegar o mais tarde possível a casa

Os votos de amanhã e a fuga aos cobradores do tio Zé

Amanhã é dia de votos, vamos todos com excepção do meu tio Zé que disse que não sabia onde tinha metido o cartão de eleitor. Eu acho que ele nem sequer o tem porque diz sempre isso e não o vi a procurar nada hoje, antes o vi  a dizer todo contente que adorava os sábados porque não havia cobradores á porta. A minha avó disse que ia votar num bonito de óculos, ora até começo a desconfiar que ela nem vai votar porque de óculos que eu saiba só há dois cridos e nenhum me parece bonito...  Se fosse pela beleza dos cridos este país tava a ser governado pelos cridos que jogam á bola, porque esses até nem têm tantos estudos por isso tiveram tempo de furar orelhas e dinheiro para comprar as viton  que fazem de nessessair...

O caminho das índias do tio Zé e o neurónio do crido novo lá do escritório

Confesso que ver novelas até nos distrai, mas quando chegamos ao ponto de  imitarmos as personagens... Ontem quando cheguei a casa o meu tio juntou as mãos e disse "namasté" depois continuou e disse "arebába já chegaste" , prontos dei um sorriso , fechei os olhos e sacudi a cabeça, mas depois era ver o crido a perseguir-me pela casa com frases tipo: "não achas que andas a arrastar o sari pelo escritório até muito tarde?" ou "não fiques ai parada como uma coluna do templo" ou ainda "vai fazer-me um tchai" , como eu até já estava a ficar chateada ainda me chamou de "és uma naja", é demais francamente, ao que se chega quando se tem quase 40 anos e sem rumo na vida.
Já no escritório o crido que entrou á pouco tempo lembrou-se de chamar PDF á pen dizendo-me: "passa esse ficheiro para aqui para o meu pdf" , pensei logo que ele tava no gozo mas como não retribuiu á minha gargalhada fiquei séria e fiz o meu trabalho. Deve andar a tentar imitar o chefe, que até pouco tempo não sabia onde era a tecla espaço... enfim. Pelo menos é fim de semana e acho que vou aproveitar e descansar.

As habilidades do chefe e a promoção da Xana

Esta manhã foi passada quase toda á procura do chefe, são raros os dias mas hoje precisava mesmo do crido. E vê-lo? Népia... não havia nem sinal, pensei mesmo que ele se tinha ido embora quando vejo a porta de um gabinete de arquivos que raramente lá pomos os pés, meia aberta. Tentei entrar mas havia qualquer coisa a prende-la, o meu espanto( ou não) quando vejo o chefe sentado no chão a apanhar uma caixa de clips, mas mesmo muitos. Boa táctica, eu até já conhecia ( dilbert), uma pessoa encosta-se a uma porta com uma caixa de qualquer coisa na mão e quando tentam abrir a porta dá-nos tempo de acordar e fazer de conta que estamos a trabalhar. Foi o que fez o chefe , é bom eu saber que agora já não posso usar essa cena... Vou ter que ler melhor o dilbert. Hoje também fiquei a saber que a Xana vai ser promovida, ainda não sei para onde, mas vou deixar de ouvir os saltos altos da crida por aqui, vão ter que se contentar com o som dos meus charutos , próprios para andar na alcatifa mas dão muito bom andar e nenhuns olhares... Eu sei, assim não  arranjo nenhum crido que me queira mas no fim do mês vou começar a mudar o visual...

Um sábado cheio e os tupperwares da avó ou o sábado da avó e os tupperwares cheios

Até que enfim que me consegui alapar no computador( na cadeira), com a correria que foi este fim de semana quase não tinha tempo. O sábado foi muito cansativo por causa do casamento e no domingo é o dia em que só me apetece sair de casa. Neste então nem se fala, a comida era praticamente a que comemos no casamento uma vez que a minha avó levou( como de costume) tupperwares aos montes na mala do carro, e era vê-la a correr para a cozinha do restaurante para lhe darem os restos para os animais lá de casa. Ora os bichos nem viram a côr da comida quanto mais cheirà-la ou comê-la, quem a comeu foi o tio Zé, o avô( que coitado nem sabia donde tinha vindo) e a  avó. Eu pirei-me claro e cheguei a casa já quase com o pequeno-almoço de hoje no estômago para não ter que ir sequer á cozinha. Hoje já jantamos comida fresca mas o cheiro de comida de casamento ainda está entranhado cá em casa... enfim.

O sufoco do chefe e a minha agonia na saída de ontem

O dia hoje aqui no escritório foi complicado, faltou um funcionário e o chefe quis compôr a coisa fazendo o trabalho do crido que se tinha baldado. Confusão total, como ele percebia tanto daquilo como eu de fazer xixi em pé, deixou-se "comer" por um vírus. Armou lá um trinta e um que só visto, até parece que alguém tem culpa de ele só saber mandar mails e ainda por cima daqueles estúpidos( cómicos). Já não bastava a minha saída de ontem ter sido um desastre. A Lena só arranja companhias xungas, eu sei disso e mesmo assim confiei quando ela disse que íamos sair com dois adónis. Na minha terra os adónis não são assim, e quando me dei por mim já estava na mesa do café a falar com um deles como se não houvesse mais homens na face da terra. Caí em mim a tempo quando ele me pediu o número do telefone, dei outro número claro, ele ia dar-me o dele mas eu disse que esperava que ele me ligasse... Hoje já não vou sair porque amanhã é o casamento da prima Bela e tenho que acordar cedo, mas espero não sonhar com o Asdrubal (sim, é esse o nome dele, uma autêntica cereja em cima do bolo...

Casamento de família e um blind date do mais parolo que há

No sábado vamos todos a um casamento, é de uma prima minha de Viana do Castelo. Já comprei um vestido mas nem me estou a ver com ele, só falta os sapatos e uma mala á sport billy (minúscula mas que caiba pensos, lenços, perfume e o telemóvel). Só a crida da minha avó é que não comprou vestimenta nenhuma, disse que até tinha farrapos a mais e até morrer nem os vai conseguir romper. Vai fazer figurinhas outra vez , já sei. O que vale é que vou com a Lena e tentar esquivar-me da mesa da família Adams. Por falar em Lena, hoje á noite vou sair com ela e uns amigos que ela quer que eu conheça, já estou a ver que vou chegar a casa antes da meia-noite, a julgar pelos amigos que ela atrai... enfim vou tentar controlar-me e não me rir muito.

O ânimo do chefe e o desapontamento da Xana

Nem feio nem bom como o milho, o novo funcionário ou veio na máquina do tempo ou esteve preso desde 1983. Já não via um azeiteiro assim á éne. Cabelinho á clark kent e um sorriso de puro lambe botas... que lufada de ar fresco. A Xana que logo hoje trazia a sua melhor rupinha ficou branca e está a mandar-me agora um mail a dizer que quem vai fazer as próximas entrevistas de emprego vai ser ela. O chefe tá todo contente a mostrar os cantos á casa, pelo menos está entretido e eu vou aproveitar e tomar um café...

A minha colega Xana, e a chegada de um novo funcionário

Hoje vai entrar um colega novo, todos nos vamos armar a falar mais alto do que o costume, dizer umas piadas e olhar de lado para ver a cara dele... enfim parvoíces. Tou mesmo a ver que o chefe hoje também vai trabalhar, para não dar o mau aspecto de todos os dias e não assustar a nova aquisição. Espero mesmo é que seja um feioso, assim talvez tenha mais hipótese. É que se for um Reynaldo Gianecchini a Xana marca já o terreno, começando pela saia justa e decote generoso, bem eu ficava a ver navios. Bem vou esperar para ver pode ser que seja desta que tenho sorte.

Autocarro é que está a dar

Já de volta a casa!
Depois de mais um dia de trabalho o que mais me custou foi a viagem de autocarro, hoje todos os cridos decidiram ir de transporte público pa casa tava tão cheio que eu até consegui ver a conta do Modelo que uma senhora trazia no saco, tudo marca "é", a minha avó também só compra dessa marca, que compre mas que vá sozinha, agora eu para sair do autocarro praticamente fui cuspida e tive que ir o caminho todo a "furar" até á porta de saída. Enfim lá consegui chegar...

O governo e os magalhães

Os cachopos andam tolos com os magalhães , hoje no autocarro lá iam eles com os portáteis no colo outros com eles debaixo do braço e ainda outros que diziam que ainda não tinham. Algumas mães indignadas porque os filhos ainda não tinham, outras contra o governo. No meu tempo andava com os livros emprestados da vizinha que era mais velha do que eu 1 ano e ai de mim que dissesse alguma coisa...

Gripe A e os chuviscos do chefe

Hoje no escritório tínhamos o pessoal em estado alerta por causa da gripe a, a culpa era do correio da manhã que noticiou que a tal gripe vai matar em Portugal. O chefe lembrou-se de fazer logo uma reunião para nos lembrar como prevenir a gripe quando de repente começou a mandar predigotos e mandou-nos olhar pela janela. Ora os cridos colegas olharam todos, incluindo eu, mas quando me voltei meio segundo mais cedo apanhei-o a a tirar catotas do nariz e a limpá-las ás calças, que porcaria. Fiquei enojada, mas fiz de conta que não vi, o resto do Zé povinho é que ficou na inocência. Agora digam lá se as catotas tivessem contaminadas como é que vai ser? Sei lá por onde andou.
Por hoje já chega de trabalho, de jornais e gripes que matam...

Horários de trabalho, colegas ricos e o caminho até casa

Para quem trabalha das 9 ás 5 da tarde, chegar a casa a estas horas até parece mal. Mas se fizermos bem as contas são 5 da tarde e toca a corneta lá no escritório ( que é como quem diz, começam a arrastar as cadeiras e a olhar uns pós outros) e os cridos vão saindo um a um, os que têm carro são os primeiros a bazar que é para não darem boleia a ninguém e aqueles que dependem da boa disposição do crido da resende quando chegam ao portão já só vêm a poeira dos carros. Isto de pertencer ao grupo do zé povinho tem que se lhe diga, ainda por cima hora de ponta, empurrões daqui e dali, cheiros estranhos de um pesado dia de trabalho mas lá cheguei...

O tio Zé, o walkman e mais um futuro pretendente a fugir a sete pés

Ontem cheguei a casa tarde como o raio, acordei com uma dor de cabeça que nem vos conto, mas pior foi ver o tipo que estava interessada a falar com outra. Armado em gabirú devia tar a contar a mesma conversa da treta que me disse a semana passada, também não o censuro muito, depois de o ter convidado para ir lá a casa deu logo de caras com o meu tio solteiro em tronco nú com um walkman na mão. Eu se calhar também tinha fujido mas fiquei sem palavras.

Morreu a galinha mais velha lá de casa, mais velha do que a minha tia e quase da idade da minha avó

Hoje a avó acordou bem disposta, não é costume mas deixou que matassem uma galinha para o jantar. Tava com tanta pena da bicha, parecia que já sabia o destino dela, corria tanto que parecia o Forest Gump.
Uma crida esta avó, mas se eu tivesse á espera da galinha bem ficava com a língua de fora. A bicha já tinha prái 50 anos, a tia pôs na panela o petisco eram 6h da tarde e eu( e todos sem jantar a estas horas), tanto espremeu a galinha para dar o máximo de ovos possíveis que agora é dura que se farta. Vou ligar á Lena para ver se vou comer alguma coisa ao mac.