sexta-feira, 13 de agosto de 2010

O pedido

O Carlos hoje não quis ir á praia, confesso que não tava assim com muita vontade e até fiquei contente por ele me convidar para almoçar fora hoje, e não era ao MacDonald , por isso também achei estranho mas.... Chegou a minha casa já passava do meio dia, não gosto de almoçar tarde e ainda por cima ele (que nunca faz isso), pediu-me se não tinha nada como aperitivo e algo pa beber, disse-me que era enquanto eu me acabava de arranjar (mas como só me faltava calçar os sapatos, achei estranho), entretanto dizia-me repetidamente que tinha uma coisa muito importante para me dizer e não podia passar de hoje... mau! Pensei logo:"escolheste um rico dia para acabares tudo", sexta-feira 13.
Em vez de me dizer logo o que queria metia batatas fritas á boca como um louco e bebia goles de cerveja como um tolinho, calmamente e com um ar doce perguntei-lhe o que era tão importante, mas ele só respondia com frases ucranianas (que é o efeito de se falar com a boca cheia, a dele pelo menos).  Não estava a reconhecer o meu crido, estava corado como se estivesse com vergonha de me dizer algo, saímos de casa em direcção ao restaurante mas acreditem que a vontade de comer não era muita. O restaurante até era simpático e não havia vestígios de pratos do dia, vá lá que ,pensava eu, ia ter um almoço romântico , embora me apetecesse um copo de coisa nenhuma acompanhei o Carlos numa bebida antes do almoço chegar, bem nunca tinha visto o meu crido a beber assim e ainda por cima ao almoço mas ....

Chegou o almoço uma meia hora depois e o crido ainda sem me dizer nada, o aspecto da comida era óptimo mesmo para quem não tivesse apetite, mas mal vou a tentar provar a primeira garfada eis que uma chapada de esparguete me cai em cima em cheio na cara.
Eu confesso que não vi que o crido não fez de propósito, por isso peguei na mala chique(da primark) e tentei furiosa achar rápido a casa de banho mais próxima sem ter que perguntar ao funcionário, mas parecia uma barata tonta, até que o Carlos me pegou no braço, levou-me para a casa de banho das senhoras e pediu-me desculpas porque tava muito nervoso e o garfo escorregou-lhe da mão tão rápido que ele nem viu, com aquelas bebidas todas nem eu via nada mas enfim....
Ele continuava sem me dizer nada nem porque reagia assim até que tirou uma caixa minúscula do bolso e eu fiquei sem forças nas pernas: "queres casar comigo?" e depois é que se ajoelhou... Em plena casa de banho e toda cheia de comida dei-lhe um beijo e disse SIM... desculpem mas ainda tou a tentar assimilar isto tudo, enquanto o meu crido está a ali no sofá da avó a ressonar ... é o que me espera... ESTOU NOIVA